História da Companhia de Artilharia 1688 na Guiné Bissau entre 1967 e 1969

domingo, dezembro 31, 2006

QUADRO DE PESSOAL DA C ART 1688


JUSTIFICAÇÃO - Foi-me completamente impossível criar um quadro de pessoal por Pelotões ou por secções, pelo que optei por criar tres quadros de Pessoal: - Um de Oficiais e Sargentos, outro de Cabos e um terceiro de Soldados. Espero com esta minha atitude não ferir susceptibilidades junto de todo o pessoal que orgulhosamente pertenceu à C.ART 1688.
Feita esta justificação:

SEGUE O QUADRO DE CABOS

1º Cabo - Delfim Manuel Esteves
1º Cabo - Gentil Mendes Rodrigues
1º Cabo - Mário Nogueira da Silva
1º Cabo - Joaquim da Silva Oliveira Marques
1º Cabo - Arménio Fernandes Pinto
1º Cabo - José Manuel Gonçalves Pedroso
1º Cabo - Manuel Baptista Borges
1º Cabo - António Vieira Veiga Rodrigues
1º Cabo - Eduardo Lopes da Mota
1º Cabo - Fernando da Mota Duarte
1º Cabo - Miguel Garcia Ferreira
1º Cabo - Joaquim Rodrigues
1º Cabo - António Bento Carneiro
1º Cabo - Matias Gonçalves Dourado Fontes
1º Cabo - Bernardo Silva
1º Cabo - José Augusto Furtado Barbosa
1º Cabo - António Augusto Ferreira de Melo
1º Cabo - António Pereira da Silva
1º Cabo - António Ribeiro Martins
1º Cabo - Joaquim Moreira de Almeida
1º Cabo - António Armando Ferreira
1º Cabo - Luís Rosa Pinto
1º Cabo - Domingos Fernando Silva Lobo
1º Cabo - Manuel dos Santos Silva
1º Cabo - Henrique da Cruz Ribeiro Roque
1º Cabo - João Carlos Costa Barroso
1º Cabo - José da Silva
1º Cabo - Jerónimo de Barros Pacheco
1º Cabo - Constantino Nunes Borges
1º Cabo - António José Cerqueira Azevedo
1º Cabo - José Maria de Sousa Marinho
1º Cabo - Manuel da Costa Veloso
1º Cabo - Manuel da Silva Antunes
1º Cabo - Armindo,Gomes
1º Cabo - Manuel Moreira de Sousa Matos
1º Cabo - Alberto Soares Pereira
1º Cabo Jorge Fernando Oliveira Nunes


OBS - Pròximamente será exibido o Quadro de Soldados.
Admito que possa haver um ou outro erro. Se tal acontecer agradeço seja informado para proceder à devida rectificação.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

" PRIMEIRO ENTRE PARENTESES"


Pràticamente, naquela época, só aqueles que tiveram acesso ao ensino superior, alguns do ensino médio moradores em grandes cidades, ou ainda aqueles que das classes menos favorecidas que trabalhavam ou estavam perto de zonas industrializadas, tinham alguns pequenos lampejos de politização ,algumas noções bàsicas do que se passava no País.

O lápis azul só deixava sair e ser publicado aquilo que interessava ao regime.

A quase lavagem que era ministrada aos militares, levavam-nos a morrer de pé.

A falta de noção do que nos esperava nas colónias, levavam-nos a construir textos como os do hino da Companhis, nomeadamente na parte em que em que se cantava " são soldados cumprindo a missão / com a G3 sempre em frente sem parar."

Parecia que eramos os donos do mundo.


Temos de ser humildes e saber reconhecer os nossos erros e as nossas omissões.

TERÁ VALIDO A PENA TANTO ESFORÇO E SOFRIMENTO ?


Bissau, surgiu aos nossos olhos, no cair da noite de 1 de Maio de 1967, quando o Uíge, no meio
da foz do Rio Geba, ancorou. Não poderia atracar porque o porto comercial não permitia pelas
suas condições o ancoradouro de navios de grande porte.

As luzes da iluminação pública de Bissau, pareciam as de uma aldeia grande da Metrópole, só se destacando o reclame luminoso da Casa Gouveia.

Entretanto, começaram as várias companhias, que durante seis dias atravessaram o Atlantico
a bordo do Uíge, a desembarcar para batelões e rio Geba acima ,seguiram aos seus destinos.

Só a nossa Companhia ali permaneceu chegando a ordem de desembarque só no dia 2. rumo
ao Aquartelamento designado por "600" onde ficámos a aguardar o nosso destino final.

As nossas cabeças, pouco ou nada politizadas, quase tendo sido lavadas cerebralmente, esperá-
vam encontrar anúncios e publicidade da CUF.

Só e apenas aqueles que tiveram acesso ao ensino superior, ou aqueles poucos que detinham
levemente noções politicas que lhes chegavam por via da divulgação à sucapa clandestina do
Avante, sabiam que o esforço que ali , este punhado de jovens lusitanos, se propunham oferecer
à Pátria, não era mais do que defender e contribuir para o crescimento do grupo CUF.

Ao fim e ao cabo, era a continuação e manutenção de uma escravatura encapotada.

A Guiné, sempre foi uma zona ou região que sofreu logo no início dos séculos XIII e XIV a pressão do povos MANDÈ
Por via disso ainda hoje o litoral tem hábitos muito diferentes dos do interior.
Foram os MANDINGAS e os FULAS, que ao se espalharem pelo território da Guiné Bissau
já pelo séc XIX que criaram raízes e hábitos que ainda hoje persistem.
Depois de várias vicissitudes, tomadas de posição, a posição dos portugueses e espanhóis foi
fortalecida pelas divisãoes internas, permitindo o alargamento do comércio de escravos.
Tendo Portugal aderido ao fim do comèrcio de escravos, e com o afastamento dos espanhóis
Portugal procurou sedimentar a sua influência naquela região o que nunca conseguiu totalmente.
Depois de uma certa acalmia provocada pela atitude do Cap. Teixeira Pinto, a pacificação tomou
uma certa organização e entendimento generalizado.
Com a devida autorização do governo da Metrópole, o Grupo CUF assegura o monopólio de
todo o comércio externo da Guiné. Isto não era mais do que a continuidade de uma escravatura
de um povo, nas suas terras, que tudo quanto oproduziam era encaminhado para os Postos Co
mercias da Casa Gouveia (parecia mal ao mundo ser tudo CUF) e tudo quanto o povo nativo
necessitava para se alimentar ou vestir ou outros de lazer, eram provenientes da CUF e vendi
dos a peso de ouro nos vários Postos da Casa Gouveia.

Era tudo isto que esta juventude, vinha defender. Em nome da Pátria, morrer se necessário.

Terá valido a pena ? Julgo que não. Só ficou a camaradagem dos momentos difíceis a amizade
que permaneceu ao longo dos anos e ainda floresce.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

QUADRO DE PESSOAL DA COMPANHIA DE ARTILHARIA 1688

(1ª RELAÇÂO de Oficiais e Sargentos)


Capitão - Damasceno Maurício Loureiro Borges
2º Sargento - Joaquim António Calinhos
2º Sargento - João Monteiro Meira
2º Sargento -José Vieira
Alferes Miliciano - José Augusto Gomes Coelho
Alferes Miliciano - Rui Manuel Duarte Baptista
Alferes Miliciano - Manuel de Sousa Alves
Alferes Miliciano - Adriano dos Santos Jesus
Furriel Miliciano - Ezequiel Teles Veloso Gomes
Furriel Miliciano - Torcato Plácido Rosa de Sousa
Furriel Miliciano - Bernardo António Pinheiro Ramos de Magalhães
Furriel Miliciano - José Luis da Silva Gomes
Furriel Miliciano - Francisco Santos Neto
Furriel Miliciano - Joaquim Pimenta Pereira
Furriel Miliciano - Rogério Manuel Marques de Almeida
Furriel Miliciano - António Duarte Gomes Simões
Furriel Miliciano - Joaquim Silveira da Rosa
Furriel Miliciano - José Francisco Carvalho de Àguas Pacheco
Furriel Miliciano - Paulo Jorge da Cunha Sales
Furriel Miliciano - Francelino Bastos Viegas
Furriel Miliciano - Manuel José de Freitas Nóbrega
Furriel Miliciano - Manuel Virgílio dos Santos


Em Capítulo à parte e no seguimento do Blog, será emitido o Quadro de Cabos e Soldados
que prestaram serviço na C ART 1688

BREVE HISTÓRIA DA COMPANHIA DE ARTILHARIA 1688

A CART 1688 pertence ao Batalhão de Artilharia 1913, que teve como unidade mobilizadora o Regimento da Artilharia Pesada 2 de Vila Nova de Gaia, sendo constituída por pessoal mobilizado da região a norte do Douro e arredores do grande Porto, na sua maioria.
A concentração para a formação do Batalhão começou a efectuar-se em 4 de Janeiro de 1967, a fim ser ministrada a especialidade do atiradores.
Entre 4 de Janeiro e 27 de Fevereiro, por um pequeno período de 5 dias, a Companhia deslocou-se, em caminhada nocturna, para o Aquartelamento da Carreira de tiro em Espinho onde ali permaneceu efectuando tiro de G3 com alvo, sem alvo e em progressão.
Treinou-se também o tiro de bazuca com disparos em direcção ao areal.
Procurou-se mentalizar todo o soldado a dar o melhor do seu esforço na aprendizagem ministrada.

Em 27 de Fevereiro de 1967 a Companhia deslocou-se para Viana do Castelo a fim de tomar parte do IAO que terminou em 7 de Abril de 1967, após duas semanas de acampamento na Serra de Agra.
Esta dose dupla ficou a dever-se a alterações na ordem de embarque de tropas para o ultramar dado o incêndio na Serra de Sintra onde morreram vários militares de um contingente que se encontrava prestes a embarcar.

Após o gozo de licença das normas militares, a 25 de ABRIL de 1967 após a cerimónia de entrega de Guiões e desfile na cidade de Viana, em comboio, que eu quase considerava mais próprio para transporte de animais do que de seres humanos, de noite ( como que à sucapa) embarcámos rumo a Lisboa onde se chegou de madrugada ao Cais de Alcântara.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

OS NOSSOS CONVÍVIOS
REGRESSADOS EM MARÇO DE 1969, PELAS MAIS DIVERSAS RAZÕES, TAIS COMO ALGUMAS DIVERGÊNCIAS ENTRE O COMANDO E ALGUNS ELEMENTOS DA CART, A VIDA PROFISSIONAL DE CADA UM DOS EX-COMBATENTES, OS MAIS DIVERSOS AFAZERES DE CADA UM DE NÓS, A NÃO DISPONIBILIDADE DE TODOS OS POSSÍVEIS E EVENTUAIS CONTACTOS DE CADA UM, SÓ VINTE ANOS DEPOIS, E APÓS SANADAS ALGUMAS FERIDAS, TEVE LUGAR O PRIMEIRO ALMOÇO CONVÍVIO, E A PARTIR DESSA DATA TODOS OS ANOS, NO MÊS DE MAIO, NORMALMENTE NO 2º SÁBADO DAQUELE MÊS, EM LOCAL JÁ MARCADO COM UM ANO DE ANTECEDÊNCIA TEM LUGAR O NOVO CONVÍVIO.
APROVEITAMOS PARA INFORMAR QUE TAIS ENCONTROS SE DEVEM QUASE TODOS AO EMPENHAMENTO E DEDICAÇÃO PRINCIPALMENTE DO CAMARADA MACHADO. SALIENTAMOS QUE TAMBÉM OUTROS ELEMENTOS TÊM COLABORADO COM ESTE NOSSO AMIGO, E SEM QUERER FERIR SUSCEPTIBILIDADES AGRADECEMOS DESDE JÁ A TODOS OS QUE TEM DADO UMA MÃOZINHA AO MACHADO, MAS TAMBÉM AO EX-ALFERES SOUSA ALVES AGRADECEMOS O CONTRIBUTO DADO EM MAIS QUE UMA OCASIÃO.
A TROPA AGRADECE E ESPERA OPORTUNAMENTE IR INSPECCIONAR AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NA GOLEGÃ.
PARA A POSTERIDADE AQUI VAI A RELAÇÃO DOS CONVÍVIOS JÁ EFECTUADOS:
EM 1989 NO PORTO
EM 1990 NA MEALHADA
EM 1991 EM VIANA DO CASTELO
EM 1992 EM VIZELA
EM 1993 NA FIGUEIRA DA FOZ
EM 1994 EM VILA NOVA DE GAIA
EM 1995 NA GOLEGÃ
EM 1996 EM VIZELA (2ª vez)
EM 1997 NA GOLEGÃ (novamente)
EM 1998 EM ÍLHAVO
EM 1999 VIEIRA DO MINHO
EM 2000 EM ESPINHO
EM 2001 NA TOCHA
EM 2002 EM PAÇOS DE FERREIRA
EM 2003 EM GUIMARÃES
EM 2004 NA PATEIRA DE FERMENTELOS
EM 2005 EM PAÇOS DE FERREIRA
EM 2006 EM VENDAS NOVAS
PARA 2007 ESTÁ PREVISTO O ALMOÇO CONVÍVIO EM VILA NOVA DE FAMALICÃO NO DIA 19 DE MAIO

OPORTUNAMENTE SERÃO CONTACTADOS E AVISADOS.

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HINO DA C ART 1688

(Com música do filme A PONTE DO RIO KWAY, de David Lean)

I
SomosDos militares com Fé
Somos dos que morrem de pé
Estamos
Combateremos
Em Angola, Timor ou Guiné

II
Quatro Grupos de Combate em acção
Disparando sem cessar
São Soldados cumprindo a missão
Com a G3 sempre em frente sem parar

segunda-feira, dezembro 25, 2006

BREVE INTRODUÇÃO

A C. ART 1688 começou a ser construída nos finais do ano de 1966, sob a bandeira do RAP 2 da Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia.onde se foram juntando os praças oriundos de várias unidades principalmente do Norte do País, oficiais (alferes), sargentos ( sargentos do quadro, furrieis milicianos) sob a batuta do Capitão do Quadro permanente DAMASCENO MAURICIO
LOUREIRO BORGES, hoje reformado na patente de CORONEL.
Esta Companhia como não poderia deixar de ser, enquadrava-se no Batalhão de Artilharia 1913 e ali, na Serra do Pilar começou a ser construído o destino de todo este pessoal.
A preparação, ora era efectuada dentro das paredes daquela Unidade, ora nos terrenos envolventes da Serra do Pilar, ou ainda nas matas e pinhais a caminho da encosta sobranceira ao Rio Douro.
Ficaram célebres algumas pielas, de alguns militares, que no confronto com a caneca da cerveja o copo de vinho verde ou o bagaço oriundo das castas do imenso Douro, umas vezes dentro das velhas paredes do mosteiro, ou nos cafés das redondezas ou ainda nos bares do lado de lá da Ponte, NORMALMENTE ficavam a perder e não raras vezes após algumas noitadas, era o gregório ali chamado.
A rede de protecção no inicio das Rua dos Polacos onde existia uma secreta passagem acabou por ser completamente reformulada pois se não o fosse qualquer dia passava por lá um Batalhão em passo de corrida.
Após esta breve introdução, nos próximos Capítulos darei conta de algumas peripécias ocorridas durante a estadia em Vila Nova de Gaia, o treino de tiro na Carreira de Tiro de Espinho, o
IAO levado a cabo em Viana do Castelo, em dose dupla, o embarque no Uíge, o desembarque em Bissau, a brevíssima estadia em Bissau, o tirocínio em Bula, a deslocação e estadia do 3º Pelotão em Encheia, a deslocação e estadia da restante Companhia em Biambi, a junção àqueles do 3º Pelotão, o regresso a Bissau com os Fuzileiros, Rio Mansoa abaixo até João Landim, a breve estadia em Bissau e finalmente o regresso à Metrópole.
Procurarei recordar algumas situações, algumas operações militares, alguns desentendimentos a construção da amizade que nos une a todos nós; Tentarei lembrar com saudade os camaradas que já partiram.

EDITORIAL
A partir desta data (2006.11.15) nasce este Blog, inteiramente dedicado à Companhia de Artilharia 1688, que serviu na Guiné de 1967 a 1969, e passou ainda que por breves períodos por Bissau - Bula - Encheia e Biambi.
Vai servir para dar a conhecer algumas das nossas façanhas por terras da Guiné, e também das noticias que nos forem chegando dos estado de saúde dos nossos camaradas que connosco serviram o País noutros tempos, e noutras condições.
A escrever ao correr da pena, esta breve introdução vai servir acima de tudo para testar até que ponto este blog funciona.
Voltarei em breve com noticias mais frescas e após a análise ao assunto
Um Abraço sentido e repleto de amizade para todos.