P O E S I A NO CANO DA ARMA
Nem só com a arma se construia uma nova Guiné.
Quando o Pelotão se encontrava de segurança à Fonte, junto da bolanha grande na estrada para Binar, havia dias que a nostalgia invadia nossos corações e com a arma junto às nossas pernas, sentados junto de uma àrvore, escreviamoso que nos vinha à ideia. Havia quem aproveitasse para escrever uma pequena carta para a namorada, para a madrinha de guerra, para a esposa familiares ou amigos.
Num daqueles dias, em que tal aconteceu ser invadido por uma vontade extrema de escrever qualquer coisa, lembrei-me de dedicar ao nosso soldado uma pequena poesia, como agredecimento por tudo quanto, naqueleas horas ele dava de si a todos nós.
E o poema nasceu:
S E N T I N E L A OU P L A N T Ã O
Olhos fixos na noite escura,
Rostos cansados
Das vigílias!
Sentinelas das nossas vidas
Que vedes, que vigias?
Arma pendente,
rente ao capim,
Arame em volta,
Que me envolve a mim .
Montros, formas gigantes.
Palmares e imbondeiros.
Sentinela!
Estãs à alerta?
Vês esses olhos matreiros?
Horas pedidas,
Noites vencidas,
Ouvidos atentos,
Em tudo o que vem.
Sentinelas das nossas vidas
Vigias como nossa Mãe.
Vento agreste,
Chuva penetrante
Tudo suportas
Com resignação.
Sentinela!
A nossa vida
Na tua mão.
E quando inimigo
penetra na noite
Se aventurando
Com alguma descarga.
Tu gritas:
-SAÍDA !
Formas um salto,
Defendes tua e nossa vida.
A manhã vem alta
Dum azul resplandecente:
Tua vigia é necessária.
Tu respondes Presente.
E o rosto cansado
Das constantes vigílias
A que não podes dizer não,
Ainda és tu que velas por nós,
Altaneiro e firme no Posto,
SENTINELA OU PLANTÃO.
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