História da Companhia de Artilharia 1688 na Guiné Bissau entre 1967 e 1969

domingo, janeiro 07, 2007

IMPRECISÕES - RECTIFICAÇÕES

(PARTE I )

A História de um acontecimento, é um recheio de várias situações, que nos contam para a posteridade a verdade e realidade nua e crua daquilo que se quer descrever.

A História é um relato dos vários sucessos e insucessos militares de uma Instituição (neste caso a C ART 1688) inseridos nas acções militares de Uma nação (PORTUGAL), num determinado tempo ou numa determinada época.

Por vezes, quem os narra, por descrição à distância ( quase 30 anos) nem sempre escreve a total realidade com total isenção.


Não fui, nem sou historiador, mas confrontando algumas leituras que tive oportunidade de ler recentemente, verifico, que nem tudo que nos é apresentado corresponde à total veracidade dos factos.

Quer concordando ou não com a decisão governamental daquele tempo, não me envergonho de ter servido a Pátria no contexto que se vivia na década de 60.

Não sei se fui bom militar, nunca quis ser herói,sempre procurei cumprir a ordens superiores,
por vezes discutindo-as, mas acima de tudo procurei que todos os homens que compunham a
C ART 1688, merecessem a minha amizade e eu a deles. Julgo que o consegui.

No entanto, vejo-me obrigado a repôr algumas verdades relativamente aos textos que tive
oportunidade de ler:


1º - O desembarque do Uíge para Bissau ( Para o Aquartelamento designado por 600) terá
sido feito de dia, atravessando a cidade, sem armas - as quais nos foram distribuidas no
dia 2 de Maio de 1967 e experimentadas na Carreira de Tiro, em Bissau, no dia 4 de Maio.
Não houve, tanto quanto me lembro, de ter atravessado a cidade de armas apontadas e
prontas a disparar.
Se estiver errado aceito a rectificação.

2º - O meu Pelotão ( o 3º)foi o primeiro a chegar a BULA a 5 de Maio de 1967, depois de
atravessar o Rio Mansoa em João Landim
O 3º Pelotão foi o primeiro da Companhia a fazer fogo real, tendo o seu baptismo de fogo
acontecido em 18 de Maio na Operação BRIGÃO - patrulhamento à zona do QUERÈ
Nesta Operação intervieram CCAÇ 1496 (2 Gr Comb) - C ART 1688 ( 1 Gr Comb)
C ART 1525 ( 1 Gr Comb) - FALCÔES - MILICIA - POL ADM e C CAÇ 1612 ( 2 Gr Comb)

3º - A permanência em BULA, durou cerca de 1 Mês, e serviu para a Companhia, efectuar o
seu treino operacional, no verdadeiro cenário de guerra. Nunca esta Companha poderia ser
considerada de intervenção neste período, pois não detinha experiência para tal.
Lembro-me como se fosse hoje, das palavras do Comandante do Sector de Bula, no discurso de despedida da Companhia, - tudo ter feito para que esta nossa estadia tivesse tido outros resultados, pois pretenderia que tivessemos tido mais contactos para ganharmos mais
experiência.

4º - Não foram os furrieis mais antigos nomeados para vir à Metrópole representar a Companhia nas cerimónias do 10 de Junho a receber a Cruz de Guerra de 1ª Classe.

A verdade foi que, os furrieis reuniram, quando tiveram conhecimento de que ìriam à Metrópole dois deles, e decidiram indicar ao Comando o nome do Furriel Enfermeiro GOMES

O outro furriel, o Silveira, que se encontrava, salvo erro em Bissau ,de férias, recebeu ordens
para embarcar para a Metrópole para as cerimónias.

O nosso Comandante, pretendia que quem viesse ´ao 10 de Junho, acumulasse com o período de férias, o tempo dedicado às cerimónias.

O Silveira, foi apanhado em Bissau de Férias; o outro, como o Gomes não foi aceite, julgo que
foi contactado o furriel Simões, porque teria férias nesse período; O simões recusou;
A seguir na escala de féria estava eu, que contactado recusei também. Tudo isto se passou durante o dia 24 de Maio de 1968

Na noite de 24, pelas 22 horas voltei a ser pressionado pelo Capitão e pelo
Alferes Baptista, tendo acabado por aceitar, sem que antes tivesse procurado reunir com os restantes furrieis dando-lhes conta da decisão que estava a ser tomada.
Na manhã do dia 25 pelas 10 horas, em coluna auto deslocámo-nos de Biambi para Bissorã
(Creio que foi a primeira coluna auto de Biambi para Bissorã) Ainda fomos flagelados durante a viagem.
Os furrieis que vieram à Metrópole, ( Eu e o Silveira) não foi porque fossemos os mais velhos mas sim porque interessava à Companhia.
O Silveira, como tinha ido de Bissau num embarque isolado regressou sòzinho após as cerimónias.
Eu o Alferes Baptista e o 1º Cabo Bernardo regressámos a Bissau apenas em 25 de Julho.
Mais à frente contarei porquê.

2 Comentários:

Blogger rui disse...

Não são "quase 30", infelizmente!!!!
São quase 40 !!!!!!
um abraço
rui baptista

6:25 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Sou filha desse Silveira e gostava de saber o resto da história, que não consegui encontrar aqui. Se me puder ajudar, agradeço. Cumprimentos.

5:45 da tarde

 

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